21 de Dezembro de 2017
“Queremos ser protagonista neste novo cenário de crescimento econômico do país”
O ano de 2017 chega ao fim com alguns sinais positivos, apesar de ter sido marcado pela capacidade de investimento reduzida por conta de problemas orçamentários e alta do desemprego. O nosso setor de saúde suplementar foi impactado. Porém muito menos que outros setores devido a sua própria resiliência e à importância atribuída aos serviços de saúde. Ao que tudo indica, inicia agora sua plena recuperação, acompanhando a melhoria da atividade econômica do país.
Em 2017, teremos a menor taxa de inflação desde 1998: 2,8%. O processo de retomada se espalha por diversos setores. O aumento da produção industrial, medida pelo IBGE, já atingiu 15 dos 24 segmentos acompanhados, que produzirá efeitos positivos no emprego e na renda.
A conjugação favorável da redução dos juros pode melhorar o ajuste nas contas públicas. A aprovação da reforma da previdência é um sinal importante para canalizar novos investimentos e sustentar o crescimento que o país precisa. Queremos ser protagonista neste novo cenário.
Tivemos cinco períodos de saldo positivo no último ano e ganhamos 84 mil beneficiários de setembro para outubro. Já são 30 milhões de brasileiros com planos exclusivamente odontológicos.
O setor teve um faturamento de r$ 174 bilhões no último ano e retornou à sociedade r$ 143 bilhões em pagamentos de despesas assistenciais.
Estima-se que em outubro, o número de pessoas empregadas na cadeia de saúde suplementar foi de 3,4 milhões, entre empregos diretos e indiretos, o que representa 7,9% do total de trabalhadores no país, um crescimento de 1,9 % no último ano.
Registro a sensibilidade e responsabilidade da ANS, ao colocar em discussão a análise de impacto regulatório, a desproporcionalidade das normas de penalidades, o novo modelo fiscalizatório, os mecanismos da coparticipação e franquia e a disposição em retomar o debate em 2018 sobre a política de preços e reajustes. Como também, a busca do alinhamento das regras prudenciais, algo já praticado no mundo e em outros setores, mostrando o compromisso do governo com a solvência e liquidez deste segmento.
Nós da FenaSaúde trabalhamos na defesa da sustentabilidade do setor. E o que mais nos preocupa é a escalada crescente dos custos. 2018 começa com os planos de saúde oferecendo 18 novos procedimentos obrigatórios que irá beneficiar a saúde das pessoas, mas, aumenta custos. É fundamental uma análise prévia do impacto dessas medidas nas futuras discussões do Rol.
Essa questão se tornará incontestável na época do reajuste das mensalidades dos planos individuais, quando ficará evidente a diferença entre o índice da inflação geral de preços e o da variação dos custos médicos e hospitalares.
Portanto, precisamos avançar nas discussões sobre novos modelos de remuneração, novo modelo assistencial, menos fragmentado e mais coordenado, definição com relação a coparticipação e por fim, a garantia da segurança jurídica e da sustentabilidade do setor. Também não dá para adiar a adoção de um novo marco regulatório diante do excesso de judicialização que envolve a relação entre beneficiários e operadoras.
Teremos muito trabalho pela frente e é isso que move a equipe da FenaSaúde.
Um feliz Natal e próspero Ano Novo para todos.
Solange Beatriz Palheiro Mendes
Presidente da FenaSaúde