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Evento • 27/05/2025
Conseguro: setor de seguros aposta em tecnologia para ampliar mercado e melhorar serviços ao cliente
por Gilmara Santos
A transformação digital está redefinindo o mercado de seguros no Brasil. Impulsionado por investimentos recordes em inovação, o setor busca não apenas diversificar produtos e serviços, mas também aprimorar a experiência do cliente e tornar a proteção financeira mais acessível a novos públicos.
Segundo levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), as empresas do setor devem investir cerca de R$ 20 bilhões em tecnologia e inovação em 2025, um aumento de 17,5% em relação ao ano anterior.
O ritmo acelerado desse movimento se reflete no perfil das empresas: enquanto 45% das companhias mais inovadoras do país investem até 5% da receita em inovação, no segmento de seguros esse índice chega a 67%.
Esse cenário foi apresentado no painel “Tecnologia & Inovação para Diversificação de Produtos e Acesso ao Mercado, que ocorreu nesta terça-feira (27), na Conseguro 2025, evento promovido pela CNseg em São Paulo.
“O investimento em tecnologia é parte fundamental da estratégia de todas as empresas, e aquelas que não aplicarem recursos nessa área correm o risco de ficar para trás”, afirmou Dyogo Oliveira, presidente da CNseg.
Inovação para personalizar e democratizar o seguro
A tecnologia tem sido aplicada em múltiplas frentes, desde a digitalização de processos internos até a oferta de produtos personalizados. Ana Paula Schmeiske, presidente da Comissão de Inteligência de Mercado da CNseg e superintendente de planejamento estratégico da Mapfre, destaca que as seguradoras utilizam ferramentas digitais para conhecer melhor o perfil do segurado, identificar tendências e oferecer soluções sob medida. “A personalização e a precificação mais inteligentes são possíveis graças ao uso intensivo de dados e à digitalização, que também aumentam a eficiência operacional e melhoram o atendimento ao cliente”, explicou.
No entanto, ela ressalta que a intensidade do uso de tecnologia ainda é desigual entre as empresas. “Há seguradoras na vanguarda, aplicando inovação de forma intensa há alguns anos, mas outras ainda estão em estágios iniciais”.

Desafios: ampliar a base de clientes e modernizar sistemas
Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios para expandir a base de consumidores. Atualmente, entre 17% e 18% dos brasileiros possuem seguro de vida, 30% da frota de veículos é protegida e as previdências abertas e fechadas alcançam cerca de 10% da população. “Estudo mostra que 20% da população compram 80% dos seguros. O desafio é chegar aos 80% que ainda não têm acesso”, afirmou Nuno Vieira, sócio de serviços financeiros da EY.

Para Vieira, a tecnologia pode ser decisiva para ampliar o alcance do seguro, reduzindo custos e tornando os produtos mais acessíveis. “A capacidade de interagir digitalmente com clientes e distribuidores é fundamental para engajar novos públicos e diminuir as barreiras de entrada”, destacou.
Outro ponto sensível é a necessidade de modernização dos sistemas e bases de dados das seguradoras. Daniel Calero, diretor de digital, dados e IA da Tivit, lembra que a tecnologia é um meio, e não um fim em si mesma. “É preciso entender qual problema queremos resolver antes de investir em soluções tecnológicas. Modernizar sistemas é essencial para que o setor possa tirar pleno proveito do potencial da inovação”, afirmou.

Proteção de dados: inovação com responsabilidade
O uso intensivo de dados exige atenção especial à segurança e à privacidade. Iagê Miola, diretor da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), alerta que o setor de seguros é altamente dependente de informações sensíveis, e qualquer vazamento pode gerar impactos significativos para clientes e empresas. “Adotar ferramentas robustas de proteção de dados é fundamental para garantir a segurança, evitar fraudes e proteger o negócio”, recomendou.
Miola destaca ainda que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é compatível com os avanços tecnológicos e estabelece diretrizes claras para o uso massivo de dados, prevenção de vieses em algoritmos e atenção especial ao tratamento de dados sensíveis.
O consenso entre os especialistas é claro: investir em tecnologia e inovação é fundamental para garantir a competitividade do setor, ampliar o acesso da população aos seguros e responder aos desafios de um mercado em rápida transformação.

O presidente da FenaCap, Denis Morais, que mediou o painel, destacou que a tecnologia e a inovação estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia, não apenas nas empresas, mas também na vida das pessoas. "A inteligência artificial, por exemplo, que parecia algo distante, hoje é uma realidade acessível, mas ainda cercada de desafios. Não basta ‘fazer na IA’. Há um ecossistema complexo por trás, que precisa garantir segurança, privacidade e ética no uso das informações”, analisou Denis Morais, acrescentando: “Estamos diante do desafio de personalizar os atendimentos sem comprometer a privacidade dos clientes. Por isso, o diálogo entre o público e o privado é fundamental para avançarmos rumo a uma modernização inclusiva”.
Conferência de Seguros
A Conseguro 2025, promovida pela CNseg, reúne autoridades, executivos e especialistas para discutir os rumos do setor. O evento aborda temas como inovação, regulamentação, educação financeira e os impactos das mudanças climáticas, consolidando-se como o principal fórum de debates do mercado segurador brasileiro.
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