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IPCA de 1,62% em março, maior taxa para o mês desde o Plano Real, e os juros nos EUA podem comprometer fim de ciclo de alta da Selic

Pedro Simões acredita que o desejo do Banco Central em finalizar o ciclo de alta da taxa básica de juros parece cada vez menos factível

11 de Abril de 2022 - Conjuntura CNseg

Em razão da greve dos servidores do Banco Central do Brasil, que comprometeu, pela segunda semana consecutiva, a divulgação do Relatório Focus, o boletim Acompanhamento das Expectativas Econômicas, produzido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), traz nesta segunda-feira (11) uma análise da conjuntura com os indicadores divulgados na semana anterior. Um dos destaques foi o IPCA de março, divulgado na última sexta-feira. 

“O IPCA de março foi ruim tanto numérica quanto qualitativamente”, comenta Pedro Simões, economista do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg. Segundo ele, a variação de 1,62% foi a maior para um mês de março em 28 anos, levando o acumulado em 12 meses para 11,30%. “Os núcleos, que medem a tendência da inflação, continuam a acelerar e o índice de difusão, que mostra o percentual de itens em alta no mês, ficou em 76,13% em março, o mais alto desde fevereiro de 2016, mostrando que apesar das maiores altas estarem nos combustíveis e alimentos, a inflação está espalhada por diversos preços na economia. Nem o alívio nos preços de energia elétrica, com o fim da bandeira de escassez hídrica (antecipada para o dia 16/04), deve compensar completamente esses efeitos”, avalia. 

Simões também cita o desejo do Banco Central em finalizar o ciclo de alta da taxa básica de juros, com um último aumento de 1 ponto percentual, levando a Selic a 12,75% na reunião do início de maio. “Mas isso parece cada vez menos factível”, comenta Simões. A primeira razão é a expectativa de juros mais altos nos EUA, o que diminuiria o diferencial de juros que favorece os fluxos de capitais para o Brasil, ajudando no controle da inflação via apreciação cambial. 

A segunda razão é que, mesmo com o aumento da Selic nos últimos meses, as expectativas de inflação continuaram a se deteriorar em 2022 e 2023. “E a terceira é que uma breve na análise de relatórios de bancos e consultorias econômicas mostra que as expectativas para o IPCA este no já ultrapassaram os 7%, principalmente depois da divulgação do IPCA de março bastante acima do esperado”, resume. 

Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas desta semana.

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