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Evento • 11/09/2025
A contribuição dos seguros para a transição energética
Diretora de Sustentabilidade da CNseg explica como a indústria de seguros pode atrair capital privado para a agenda verde
Em um momento em que as catástrofes climáticas se tornam cada vez mais frequentes no Brasil, o setor de seguros emerge como um agente crucial para a transição para uma economia de baixo carbono. A tese foi defendida pela diretora de Sustentabilidade da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Claudia Prates, durante o seminário “Finanças Sustentáveis: impulsionando o futuro do setor produtivo”, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em São Paulo.
O evento, realizado em 11 de setembro, reuniu especialistas do mercado financeiro para discutir como inovações financeiras podem mobilizar capital privado para projetos sustentáveis. Além da executiva da CNseg, participaram do painel intitulado “Inovações financeiras para mobilização de capital privado”, o vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima), Cacá Takahashi, e o assessor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fabio Kono, tendo como moderador o superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.
O setor de seguros como viabilizador
Segundo Claudia Prates, o setor de seguros, que representa 6,5% do PIB brasileiro, ainda é pouco visto como um viabilizador da agenda ASG (Ambiental, Social e de Governança). "O Brasil não estava acostumado a catástrofes. Mas, ultimamente, o que a gente vem vendo é a severidade e a frequência dos eventos aumentando muito", afirmou. Essa nova realidade, infelizmente, traz à tona a necessidade urgente de proteção. No entanto, a participação de seguradoras no Brasil em seguros patrimoniais e ambientais ainda é baixa. "Muitas empresas que assinam o ISE da B3 não têm seguro ambiental. O seguro ambiental cobre o dano que aquela empresa pode causar ao meio ambiente e às pessoas", pontuou.
Mitigando riscos e induzindo boas práticas
Para a diretora, a contribuição do setor segurador vai além da proteção. Ele atua também na mitigação de riscos de projetos de transição. Ao segurar riscos como incêndios ou vendavais em projetos de reflorestamento, por exemplo, o setor torna esses empreendimentos mais atrativos para investidores e financiadores.
Além de proteger e mitigar riscos, o setor de seguros atua como um indutor de boas práticas. Prates destacou que, por meio de parcerias com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a CNseg tem se posicionado para ajudar as seguradoras a classificar e reconhecer empresas com melhores práticas socioambientais. Isso incentiva clientes a buscarem a sustentabilidade, mostrando que a transição é um caminho a ser trilhado em conjunto.
Brasil como líder em transição climática
Claudia Prates concluiu sua participação ressaltando o papel de destaque que o Brasil pode ocupar na agenda climática global. Com sua matriz energética já significativamente renovável, o país tem um ponto de partida vantajoso. Ela defendeu que o Brasil deve mostrar ao mundo suas iniciativas e avanços, como o recente crescimento do Fundo Clima, administrado pelo BNDES, e o trabalho de parcerias com o setor privado.
"A gente tem que mostrar que a gente é bom aluno", disse ela, "falar das coisas boas e caminhar para que a gente possa efetivamente alcançar essa transição climática. Porque, no final, estamos todos no mesmo avião."
Confira abaixo a íntegra do painel
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