COP30 09/10/2025

Setor de seguros se reinventa e assume liderança global na agenda climática, destaca presidente da COP30

“A sustentabilidade, as mudanças climáticas e a construção de um mundo mais resiliente são temas cada vez mais presente no dia a dia, nas decisões das empresas, dos consumidores, das famílias e dos investidores. E o setor de seguros não poderia continuar alijado dessas discussões.”

A afirmação do presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, abriu o evento Pré-COP30 – A Casa do Seguro, realizado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) em 8 de outubro, em Brasília, reunindo autoridades governamentais, lideranças setoriais, executivos de sustentabilidade, parlamentares e representantes do Terceiro Setor para debater o papel estratégico do mercado de seguros no enfrentamento às mudanças climáticas.

O encontro apresentou a agenda climática do setor segurador brasileiro e os eixos centrais que guiarão a programação de conteúdo da Casa do Seguro, espaço da CNseg que representará o mercado na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), em novembro de 2025.

O seguro como ator principal no enfrentamento climático

Em sua fala, Dyogo ressaltou que o setor segurador, historicamente afastado do debate climático, precisa assumir o protagonismo que lhe cabe. “O seguro é um dos setores mais impactados pelas mudanças climáticas, mas também aquele que pode oferecer as respostas mais concretas à sociedade”, afirmou.

Ele lembrou que, globalmente, as perdas econômicas causadas por incidentes climáticos chegaram a US$ 368 bilhões em 2024, dos quais US$ 145 bilhões foram arcados pelo setor segurador. “O que não pode acontecer é o setor de seguros se acanhar, se diminuir dentro desse debate. Temos que nos colocar como um ator principal, um ator-chave”, completou.

Entre as propostas apresentadas pela CNseg, estão a criação do Seguro Social de Catástrofe, voltado ao amparo de famílias atingidas por enchentes e secas; o estímulo à emissão de green bonds no Brasil; a ampliação do seguro rural; o desenvolvimento do Hub de Riscos Climáticos do setor de seguros, que reunirá dados e projeções sobre eventos extremos; e a taxonomia sustentável específica para o setor. E, por fim, o desenvolvimento de soluções baseadas na natureza.

O protagonismo do Brasil e do setor de seguros

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, destacou o protagonismo do Brasil e a relevância inédita do setor segurador dentro das discussões globais sobre o clima. Ele elogiou a criação da Casa do Seguro, o espaço que a CNseg terá na COP30, em Belém, considerando-a um exemplo de engajamento do setor privado na agenda de sustentabilidade.

Segundo Corrêa do Lago, o setor de seguros, tradicionalmente associado à prudência e à análise de dados históricos, está se reinventando diante da imprevisibilidade climática. “O seguro passa a ser um dos setores mais adiantados nessa discussão, justamente porque precisa prever o imprevisível”, observou.

O embaixador também ressaltou a importância da COP30 como uma conferência de implementação, em que o foco deixa de ser apenas a assinatura de compromissos e passa a ser a execução de ações concretas. Ele afirmou que a presença de setores produtivos, como o de seguros, é essencial para transformar as metas climáticas em resultados efetivos. Corrêa do Lago destacou ainda que o Brasil tem condições de liderar essa agenda entre os países em desenvolvimento, atraindo investimentos e mostrando capacidade de adaptação diante dos eventos extremos que se multiplicam em todo o mundo.

A educação como pilar da sustentabilidade

O presidente da Escola de Negócios e Seguros (ENS), Lucas Vergílio, afirmou que a Casa do Seguro será o marco da inclusão definitiva do setor nas pautas ambientais e apresentou iniciativas da ENS alinhadas a essa agenda, como o Observatório de Desastres Climáticos, lançado recentemente, e programas educacionais voltados a riscos climáticos, ASG e seguro ambiental.

Vergílio destacou o papel da educação e da pesquisa na construção de uma cultura de sustentabilidade no mercado segurador. “Nosso planeta também pode e deve contar com esse amigo invisível que é o seguro”, afirmou, em alusão ao papel social e protetivo do setor.

A Casa do Seguro, que será inaugurada em Belém durante a COP30, funcionará como um espaço de diálogo, cooperação e lançamento de iniciativas que reforçam o compromisso do mercado segurador com a construção de um futuro mais resiliente e com a consolidação do Brasil como referência internacional na integração entre finanças, proteção e sustentabilidade.

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